Documento resultante da reunião realizada durante o I Encontro de Pesquisadores de Quilombolas Kalunga. A finalidade deste documento é
direcionar as ações e as idéias que foram expostas durante o evento, assim podemos nos organizar e trabalhar em equipe.
ENCAMINHAMENTO DOS DEBATES DO I ENCONTRO DE PESQUISADORES
DE QUILOMBOLAS KALUNGA
DE QUILOMBOLAS KALUNGA
24 E 25 DE MARÇO – IESA-UFG
Os dois dias deste Encontro permitiram o conhecimento, a identificação e a manifestada vontade de continuarmos concebendo a nossa ação de pesquisadores como uma possibilidade de contribuição para levar a uma valorização, visibilidade e melhorias das condições de vida para os Kalunga.
A síntese que apresentamos é para continuarmos nossos debates. Tentamos
destacar aqueles pontos constatados no conjunto das apresentações que
identificam-se com nossas atividades de pesquisadores.
De vinte três trabalhos apresentados, onze são de extensão e os demais são
projetos de pesquisa. A maioria dos projetos apresentou interdisciplinaridade.
Impactos para os Kalunga destas ações:
Maioria dos trabalhos principia a partir de 2000. A partir do ano 2007, há maior concentração de projetos com os Kalunga.
Os projetos que demandam mais tempo, em amadurecimento e em outras ações que se desdobram,em 3 anos não temos ainda como avaliar o impacto da presença da universidade. Ou seja, se ela tem sido eficaz.
Entraves:
• Os entraves são, sobretudo, políticos e refletem na atuação do pesquisador, uma vez que a comunidade vê no pesquisador uma competência política para a solução de seus problemas.
• A dependência de outros atores sociais e políticos dificulta a eficácia dos projetos e na liberação de recursos.
• A mobilidade por falta de transportes, de recursos na infraestrutura e de acesso.
• A implementação de pesquisas e ações extensionistas esbarram em problemas de água, de acesso e de energia no sítio e da falta de articulação com as lideranças locais.
• Falta de comunicação entre os próprios pesquisadores: muito conhecimento produzido, porém não é compartilhado entre os pesquisadores.
• Os órgãos públicos não são considerados como fontes eficazes para consultas e pesquisas para os acadêmicos.
• Há pesquisas semelhantes que tangenciam e sobrepõem informações na área cultural e do turismo levando ao saturamento de demandas idênticas para a comunidade.
• O pesquisador, por não conseguir dar retorno imediato ás expectativas da comunidade torna-se desacreditados pelo Kalunga.
• Os resultados das pesquisas não têm repercussões nas políticas públicas.
• Ausência de acesso às políticas sociais (educação, terra, saúde, juventude) para a sustentabilidade das ações desenvolvidas.
A refletir
As principais pesquisas e ações que têm visibilidade externa são realizadas por OSCIPS e ONGs que têm maior facilidade para a obtenção de recursos financeiros, mas as ações e recursos nem sempre chegam às comunidades. Nessas OSCIPS e ONGs, poucos pesquisadores acadêmicos estão envolvidos.
• Território de Cidadania ainda não tem a visibilidade necessária entre os
pesquisadores para agregar ações.
Aspectos Positivos:
• Melhor conhecimento do sítio com suas localidades, suas debilidades e suas
fortalezas. E, este conhecimento não decorre exclusivamente das ações
universitárias.
• Há parceiros: prefeituras e Associações bastante interessados.
Propostas e Recomendações de continuidade
• Realização de um encontro dos pesquisadores Kalunga na própria comunidade.
• Criação de uma Comissão de Pesquisadores Kalunga para viabilizar a rede, a troca de informações e definir ações.
• Que a linguagem acadêmica se torne acessível aos Kalunga por meio de
material escrito e audiovisuais, possibilitando a socialização do conhecimento
acadêmico.
• Incentivar ações que permitam a facilidade de dialogo entre as lideranças das comunidades.
• As ações da Universidade devem ser no sentido de estimular ao associativismo e ao cooperativismo e a melhoria de educação como verdadeira forma de inclusão.
• Que os diversos projetos da Universidade Federal de Goiás se unifiquem para o devido registro junto aos órgãos competentes como: MMA-IBAMA para obtenção do termo de anuência prévia, e o conselho de ética da Universidade.
• Que a Universidade seja uma parceira na obtenção de registros dos patrimônios materiais e imateriais por parte dos Kalunga
• Que o próximo evento seja para a discussão das políticas sociais.
Foi definida, durante o evento, a formação do Grupo de pesquisadores sobre os Kalunga e a indicação feita para o grupo deu a seguinte composição:
Francisco Hudson Lustosa – hudsonlustosa@yahoo.com.br
(62) 3209-6216/8192-3217 UFG, Faculdade de Educação
Lucilene dos Santos – lucilelecalunga@gmail.com
(62) 96229164 3494-1131 Representante Kalunga Cavalcante
Maria Clorinda Soares – mariaclorinda@gmail.com/clorinda@vet.ufg.br (62)99750095/ 3521-1598 UFG, Faculdade de Veterinária
Maria Geralda de Almeida – mgdealmeida@gmail.com
(62)3521-1184 R:228 UFG/IESA, Geografia
Maria Tereza Gomes – mterezags@yahoo.com.br
(62)3531-3331/9975-0101 UFG/FAV, Faculdade de Artes
Mariana Cunha Pereira – mcunhap@yahoo.com.br
(62) 3209-6216 UFG, Faculdade de Educação - indicada como Coordenadora do grupo
Tânia Ferreira de Torres – coordenadoratccv@gmail.com
(62)9964-0034 Territórios da cidadania
Veruscka Prado Alexandre – veruska.prado@gmail.com
(62)8139-6910/ 3209-6270 R: 210 UFG, Faculdade de Nutrição
Reunião realizada nos dias 24 e 25 de março com a finalidade de estabelecer uma rede de pesquisadores sobre os quilombolas Kalunga
Relatoras: Jorgeanny de Fátima Rodrigues Moreira, Lara Cristine Gomes Ferreira, Maria Geralda de Almeida.
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